A adoção da inteligência artificial generativa está tão acelerada que já supera o ritmo com que outras tecnologias transformadoras foram adotadas em outras épocas, como os computadores pessoais e a internet. É o que aponta uma pesquisa do Federal Reserve Bank of St. Louis, dos Estados Unidos, divulgada na terça-feira (24).
O levantamento, feito em parceria com a Vanderbilt University e a Harvard Kennedy School, indica que 39,4% dos americanos de 18 a 64 anos afirmaram usar o ChatGPT apenas dois anos após o lançamento do chatbot inteligente. A título de comparação, os PCs demoraram três anos para alcançar uma taxa de adoção muito menor, de 20%.
“A IA generativa foi adotada em um ritmo mais rápido do que os PCs ou a internet. Isso é impulsionado pela adoção mais rápida da IA generativa em casa em comparação com o PC, provavelmente devido às diferenças de portabilidade e custo”, observaram os autores.
Eles também disseram que o bot da OpenAI, o Google Gemini e outras ferramentas do tipo são muito utilizadas no trabalho, tendo uma adoção generalizada em todos os setores, não ficando restritas ao nicho de tecnologia. O uso desses recursos é mais comum entre os profissionais com ocupações de gerenciamento, negócios e computadores, chegando a mais de 40%.
Economia de tempo e aumento da produtividade
O estudo apresentou outras conclusões interessantes a respeito da IA generativa. Os autores descobriram, por exemplo, que a tecnologia tem ajudado trabalhadores a economizarem tempo na redação de documentos, tarefas administrativas, resumos de relatórios e interpretação de dados, entre outras atividades.
Além disso, os bots contribuem para o aumento da produtividade do trabalho, com o levantamento indicando que entre 0,5% e 3,5% das horas de trabalho nos EUA estão sendo assistidas por mecanismos de inteligência artificial. Ainda conforme os pesquisadores, o impacto de longo prazo da IA na economia dependerá do quanto ela vai se incorporar ao fluxo de trabalho diário.
Vale destacar, também, que o uso da IA generativa é maior entre os trabalhadores mais jovens, com grau de instrução elevado e de renda alta, segundo a pesquisa. Isso pode levar ao aumento da desigualdade no ambiente de trabalho, como aconteceu na época da chegada dos computadores, alertaram os especialistas.
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